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RELATÓRIO DA PESQUISA

Guia para o êxito de projetos de infraestrutura e capital

Análise da Accenture sobre como as organizações podem gerir projetos de infraestrutura e capital de forma eficaz e fiável.

5 minutos de leitura

27 fevereiro 2025

Resumo

  • 92% dos projetos de infraestrutura e capital falham no enquadramento da entrega esperada com o prazo e orçamento definidos.

  • Apenas 6% das organizações cumprem ou superam consistentemente os compromissos dos seus projetos de infraestrutura e capital.

  • Existem quatro áreas de ação claras que se destacam, permitindo oferecer a todas as organizações um modelo para o sucesso - se agirem agora.
92% dos projectos de capital nao atingem metas
92% dos projectos de capital nao atingem metas

Um cenário desafiante

Uns impressionantes 92% dos projetos de capital falham na entrega prevista do prazo e dentro do orçamento. Apenas 6% das organizações desafiam esta tendência, despendendo em média, cerca de 14% a menos do que o orçamento do projeto, enquanto que outras enfrentam custos adicionais de quase 30%. Os riscos são elevados: os atrasos perturbam as cadeias de abastecimento, comprometendo os objetivos de neutralidade carbónica e prejudicando a credibilidade das organizações.

O que distingue os melhores do restante mercado? Um estudo da Accenture com 700 líderes globais em infraestrutura e projetos de capital revela que os top performers excedem na capacidade de navegar na complexidade e desafios inerentes aos megaprojetos de construção. Estes desafios incluem o aumento do escrutínio por parte dos stakeholders, a redução da disponibilidade de matérias-primas e equipamentos, um ambiente regulatório em constante mudança, além da dificuldade generalizada em preencher cargos altamente especializados.

  • Com a previsão dos investimentos globais em projetos de capital a ultrapassar os 9 mil milhões de dólares (excluindo o setor residencial) em 2025, é fundamental que se trabalhe na resolução destes problemas de imediato.

Fechar a lacuna de desempenho

De acordo com o seu desempenho na entrega de projetos de infraestrutura e capital dentro do prazo e orçamento estimados, classificámos as organizações em três grupos:

Gráfico que mostra como as organizações se comparam

Acima do objetivo:
6% das organizações entregam de forma constante acima do esperado no que diz respeito a calendário e orçamento, contribuindo para uma redução média de 14% no custo do projeto.

Perto do objetivo:
28% atingem os objetivos de orçamento e calendário dentro de uma margem aceitável de +/- 10%.

Falha do objetivo:
A maioria das organizações (66%) não atinge as suas metas em mais de 10%. Este grupo sofre um aumento médio nos custos de 29%.

O facto de apenas 6% das organizações cumprirem consistentemente os seus objetivos evidencia a necessidade de reinvenção, especialmente quando o grupo mais propenso a falhar esses objetivos é dez vezes superior.

Como os top performers em projetos de capital conseguem manter um desempenho de excelência

Classificamos como top performers as organizações que cumprem ou superam os seus objetivos de forma consistente. Estas organizações possuem capacidades superiores que lhes permitem:

Os quatro pilares do sucesso
Os quatro pilares do sucesso
01

Transformar insights em previsões estratégicas

Os top performers focam-se antecipadamente em fatores de elevado valor e risco, envolvendo as cadeias de abastecimento na tomada de decisão e incorporando flexibilidade para nevegar na incerteza. Estes também utilizam insights orientados aos dados e tecnologias como digital twins e IA (inteligência artificial) para prever tendências e refinar planos. Métodos avançados como Entrega de Projeto Integrada (EPI) e ferramentas de colaboração em tempo real permitem precisão e adaptabilidade, aumentado as taxas de sucesso até 42%.

02

Gerir stakeholders diversos

Com uma diversidade de stakeholders que vão desde reguladores a comunidades locais, o alinhamento torna-se essencial. Os top performers garantem transparência através de comunicação frequente e ferramentas colaborativas, fornecendo dados em tempo real sobre o progresso dos projetos. Inovações como realidade virtual (VR) e análise de sentimento ajudam a envolver os stakeholders e a responder de forma proativa a preocupações, reforçando a confiança e a cooperação.

03

Adotar ESG para além da conformidade

A sustentabilidade é um requisito core, não um bónus. A organizações líderes desenham projetos com materiais neutros em carbono, utilizam sensores inteligentes para a monitorização ambiental em tempo real e adotam ferramentas como software de avaliação do ciclo de vida. Drones e análise de matérias-primas impulsionada por IA (inteligência artificial) otimizam operações e relatórios, garantido que os objetivos ESG são cumpridos enquanto melhoram a resiliência.

Ao liderar estas estratégias, os top performers conseguem consistentemente entregar projetos dentro do prazo e dentro do orçamento, alinhados com prioridades sociais e ambientais mais amplas.

04

Desenvolver e manter competências críticas

A falta de talento está a afetar os projetos de capital, com trabalhadores qualificados a reformarem-se mais rapidamente do que novos profissionais são formados. Os top performers abordam este problema através do mapeamento de lacunas de competências, recrutamento de talentos globais, programas de formação e políticas de contratação inclusivas. Estes também dão prioridade à satisfação dos colaboradores, melhorando assim a retenção. As tecnologias avançadas como a IA (inteligência artificial) e VR (realidade virtual) otimizam o recrutamento e a formação, enquanto programas de requalificação criam especialistas em áreas críticas como planeamento e sustentabilidade.

O que vem a seguir?

Com dois terços das organizações a falhar nos compromissos dos seus projetos de capital, a necessidade de reinvenção é urgente. O sucesso começa com a adoção das estratégias usadas pelos top performers.

  • Planeamento eficaz: Alinhar o governance com oportunidades de alto valor, gerir a incerteza e utilizar insights baseados em dados para orientar decisões.

  • Equipas multidisciplinares: Definir funções claras e promover processos colaborativos.

  • ESG como vantagem estratégica: Priorizar iniciativas ESG pode desbloquear novas opções de financiamento, enquanto tecnologias digitais e IA (inteligência artificial) melhoram a transparência de dados e a tomada de decisão.

  • Estratégia robusta de talento: Combater a escassez de competências com contratação direcionada, requalificação e o uso de tecnologia para otimizar o recrutamento e a formação.

Está na hora da maioria agir e retirar os benefícios de se tornar um top performer.

Autores

Andy Webster

Global Infrastructure & Capital Projects Lead, Industry X

Bryan Carruthers

Americas Infrastructure & Capital Projects Co-Lead, Industry X

Jeff Wheless

Principal Director – Industry X, Accenture Research